quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vendedores e motoristas de riquichá

Esses enlouquecem qualquer um! Ôh raça!

(vendedor na janela do carro 1)

Assim como os pedintes aprenderam a arte de encher seu saco até vc ceder às solicitações deles... Os vendedores são verdadeiros PHDs na arte de te enfernizar até vc comprar uma coisinha que seja para na loja deles.

Andar pelas ruas da India é um verdadeiro exercício de paciência e articulação. Imaginem a cena: você andando pelas ruas e disfarçado de turista... Os vendedores, raposas como são, já te viram de longe e possuem o poder de se comunicar em pensamento, porque não é possívellllllll... Eles sabem exatamente o preço que o outro vendedor fez para você e, ao invés de querer vender seu produto, eles querem é te enlouquecerrrrrrrrrrr. Mas voltando à nossa ceninha... Eles chegam em bando. Em fração de segundos estão todos enfileirados e sorridentes dizendo: "Oh Madam!", "Excuse-me Madam", "Please Madam!", "I have a good price for you!". Aí vc ouve aquelas duas palavras: "good price" e se ilude achando que ele acordou de bom humor e resolveu dar um super desconto para a pessoa que ele mais gostar naquele dia... você! kkkkk Pronto! Foi fisgado pelo vendedor indiano e ele tem, a partir de agora, a função de infernizar você dizendo que você não vai encontrar melhor preço em lugar nenhum, que o produto dele é o melhor, que ele tem zilhões de cores diferentes do mesmo produto, e pior é que ele tem mesmo, e começa a abrir tooodooooossss na sua frente, mesmo com você dizendo que não precisa, que não gostou, que não quer, que não vai comprarrr... Ele vai abrir tudo, vai te servir um chae, vai falar que a roupa que voçê está vestindo é linda, que combinou com você e começa a falar todas as palavras em espanhol que eles conhecem, e conhecem muitas, vai por mim. E pergunta de onde você é, e você diz orgulhosa: Brasil. Aí meu irmão.... FUDEU! Vai falar do Pelé, do Kaká, de uma amiga que ele tem no Brasil , que normalmente é a Juliana Paes.

Na primeira vez você vai achar aquilo ótimo. Nossa! Ele sabe falar português!..... Mal sabe você que os indianos tem o DOM de falar vários idiomas e eu mesma já ví vídeos no youtube de crianças que falam seis idiomas Seissssss. Aí você vai fazer o que?????? Exatamente! Vai comprar nem que seja uma blusa, uma calça, um botão, achando que fez um negoção. Mas normalmente você não fez. Sendo turista, minha amiga, vou te confessar que vai pagar muito mais caro que um indiano. Eu explico: Fomos numa loja que vendia roupas para homens. "How mutch?" "R4.000,00!" "No no, mutch expensive!" "No! Is a good price madam!" "No, thanks!" aí ele manda a pérola: "How mutch? Como assim? Ele quer que eu dê o preço? Tentação. Parou para pensar, ele percebeu, te cerca e bla bla bla... Depois de um tempão discutindo.. crente que tinha feito um negoção... compramos por R1.100,00. Que máximo! Abaixamos o preço para R1.100,00 rúpias!!! Uau! E ganhamos o dia até ver uma roupa exatamente igual por R300,00 em outra loja. É isso! Entenderam? Eles sempre estão levando a melhor. Agora imagine você se não tivéssemos negociado???

Aí vamos andando com aquele monte de vendedores falando no nosso ouvido, uns tentando de pegar na mão e puxar para dentro da loja, aquele aborrecimento todo, em pouco tempo você nem está mais andando na calçada, prefere ver as vitrines o mais longe possível, mais um pouco você não tem nem vontade de ficar olhando as vitrines. Um olha para o outro com uma cara de cansado e não é preciso nem um perguntar ao outro o que quer fazer e a pergunta é: "Onde está o riquichá?".


(vendedor na janela do carro 2)
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Ichi! Aí vai começar outra lenha... Os motoristas de riquichá!

Quando vamos para um hotel, os rapazes da recepção normalmente nos dizem quanto seria uma corrida para os lugares que estamos pretendendo ir. Mais uma vez ao meu exemplo: o rapaz disse que sairia a 150,00 rúpias uma corrida até o shopping. Ok! Saimos na rua e perguntamos quanto custa até lugar tal: 450,00 rúpias. "Quê? Não, eu pago 150,00!" "Mas Madam, eu tenho que dar uma volta do outro lado porque, bla bla bla.." "Não obrigada!" e vai andando... o cara do riquichá vai atrás... Você pergunta a outro mais na frente quanto custa, no mesmo momento o motorista anterior fala, no idioma deles, quanto ele cobrou para nós, aí o novo motorista responde: 450,00. Que infernooooooooooooooo!!!! Eu quero ir emboraaaaaaaaaa! Ou se paga o que eles pedem, ou vai andando e perguntando até achar um motorista que cobre o preço que vale. Encontra, mas precisa ter paciência.

Outra situação bem típica dos motoristas e, que aconteceu conosco, é quando se desce numa estação de trem e pede para um motorista te levar no hotel X. Você quer ir no hotel X e pergunta se ele conhece. Ele diz que sim e te fala o preço. Vc aceita, já que não sabe a distância. Aí ele te leva para outro hotel, o Y, que é longa prá caralhoooooo e ainda te afirma que o hotel é aquele que vc pediu. Hááá mermão. O bicho pega! É que eles levam comissão de alguns hotéis se vc ficar e, como vamos sempre com o guia da Lonely Planet, os hotéis indicados pelo guia nunca dão comissão para eles, por isso... Mais paciência! Chegamos a sair do riquichá sem pagar e o cara foi seguindo agente e discutindo até agente convencer ele de levar no hotel certo. Vai passar por isso depois de um dia cansativo.... tem que se segurar para não meter a mão em um.

Vai ver que é por isso que a India te ajuda a ser espiritualizado.... Descobri! É porque se você conseguir passar por ela e não dar na cara de um desses, você se ilumina! Nossa! Já ganhei meu pedacinho do céu! Ebaaaa

(riquichazinho bem lotadinho e uma criança que pode voar a qualquer momento)

Pedintes... Postagem difícil.....

Vou tentar nessa postagem ser a pessoa mais sensata possível, porém não dura nem indiferente ao assunto, por mais que possa parecer. Mas serei sincera e darei o depoimento de quem esteve lá e sentiu na pele a emoção.


(uma pedinte em Agra invadindo a janela do nosso carro quando o motorista saiu par ir ao banheiro. Ficou aproximadamente cinco minutos com o braço para dentro tentando nos convencer a dar)

Bem... São muitos! Para quem viu o filme "Quem quer ser um milionário", vou dizer abertamente: É ISSO MESMO! Sim, tem muios mendigos e pedintes nas ruas. Sim, vimos muitos deficientes pedindo, mas não vou aqui levantar a bandeira que a maioria desses deficientes foi propositalmente machucado para ganhar mais doações, como fala no filme; eu não sei nada sobre isso, mas... E sim, eles partem pra cima de vc.

Quando se informa sobre como se comportar em relação aos mendigos na India, normalmente vc ouve a mesma coisa: "não dê dinheiro para eles!". Parece injusto, cruel, mas é isso mesmo. Até pq já de cara aviso que vc nãovai  respeitar esse conselho e vai acabar dando um dinheirinho para algum deles. Bom, boa sorte!

Algum ancestral indiano descobriu a vitória pela insistência e isso foi passando de pai para filho e reflete tanto na hora de venderem seus produtos (próxima postagem!) como na hora de pedirem alguma coisa.

Pois bem, logo que vc chega na India, a primeira impressão é a dos pedintes. E eles vem mesmo, sem vergonha ou rodeios, e mesmo agente parecendo um idiano, como no meu caso, não vai adiantar, eles vão identificar quem é turista e quem não é. Não dá para disfarçar. E quando vc os vê, leva um choque porque eles são muito mais miseráveis do que os pedintes que vemos no Brasil. Na sua maioria são sujos, descabelados, as crianças tem geralmente uma coriza escorrendo pelo nariz, vestindo roupas coloridas e sujas. Isso dói! Parece cruel aos olhos de qualquer um e é, mas depois de uma semana na India infelizmente, tenho que admitir... se acostuma, depois começa a encher o saco, chegando por fim a te deixar "P da vida" com umas situações que se acaba passando..

Vou explicar: Eles chegam SEMPRE com uma carinha que dá dó! Sofridos, fazendo carinha de choro... Eu dei, na verdade, eu e duas amigas damos com um sentimento de piedade temendo pelas carinhas das crianças que vieram nos pedir. Bem, logo após que demos (em frente à estação de trem de Mumbai) veio mais um monte de crianças pedindo. Várias! Elas viram que uns turistas deram dinheiro para alguns e partiram para cima. Dissemos que não tínhamos mais, mas elas nos seguiam com as mãozinhas esticadas e falando semprar. Agente tentou sair daquela situação, mas eles nos seguiram um pedação. Fomos andando mais rápido mas eles vão nos acompanhando e foram até uma de nós começar a brigar com eles. Na bôa, deu uns cinco minutos de situação constrangedora, também pudera, estávamos num lugar muito movimentado e cheio de pedintes.

Depois disso tivemos a situação de uma pedinte que estava sozinha, demos quando estávamos perto do nosso hotel e entramos, no dia seguinte, quando saímos do hotel, ela estava lá na porta. Esperou agente sair e ficou nos seguindo e pedindo novamente. Isso acabou intimidando agente. E sair do hotel depois daquele dia dava frio na barriga. Será que ela estaria lá novamente? É um saco isso!

Não é só isso! Eles sempre nos cutucam, ficam falando o tempo todo, dizendo: "Excuse-me Madam!", "Alow!", "Oh Madam!" ou apenas apelando para o famoso "Maaa!", que significa mãe em hindi, fazendo agente sentir no coração o apelo de uma mãe, ou fazendo um gesto das mãos levando à boca, indicando que eles precisam comer, e pior, quando as mães carregam crianças de colo, elas geralmente esfregam as crianças em nós, isso mesmo, esfregam os filhos nos turistas para mobilizar todos e ganhar mais um dinheiro, mesmo se for pela insistência, normalmente nas nossas costas pq estamos sempre tentando fugir delas e andando rápido. Isso faz com que não consigamos ver as lojas ou passear com tranquilidade pelas ruas.

E não pense que isso acontece uma vez ao dia, não. É o dia todoooo! Não tem jeito. Mesmo muito mobilizados com a situação deles, vc acaba por fim xingando alguns. Vez ou outra, nos vemos parando para fazer cara feia para alguns deles. O ápice do nosso descaso é quando agente acaba discutindo com algum. É muito triste, mas tenho que admitir que já fiz isso depois de ser seguida por um tempão, depois de um dia inteiro fugindo deles e tentando ignorar a situação, mas é impossível ignorar com eles te cutucando o tempo todo.

Vez ou outra, você se depara com um policial dando pauladas em alguns. Vimos um dando um esporro numa mãe que estava com uma criança de colo e uma pequenininha. Quando eles viram o guarda vindo para cima, já acostumados com a situação, a criancinha saiu correndo de um lado e a mulher com a criança saindo para o outro, mas como não podia correr muito pois estava com uma de colo, o guarda pegou a mãe pelo braço gritando e dando um esporro puxando ela para longe de nós. Descobrimos então que existe sim uma ordem para eles não pedirem, que ninguém cumpre, claro. Confesso que adorei o esporro do guarda, já que não vi agressões físicas àquela mulher.

Então.. a dica para quem vai à India é uma só: Não dê dinheiro para eles! NUNCA! Perceba que algum deles está se aproximando, faça uma cara séria, ande mais rápido e IGNORE-OS. Não responda nem sacudindo negativamente com a cabeça, não olhe-os nos olhos! Eles vão te seguir um pouco mesmo assim, mas se não olhar para eles, vão te seguir por menos tempo. Digo por experiência própria. Parece triste, injusto, desumano... Mas é isso mesmo! Afinal, agente vai para a India para ver sua realidade sim, mas também conhecer um lugar novo e aproveitar a viagem, não para se desesperar e ficar "P da vida" por estar passando por aquela situação embaraçosa o tempo todo.

Infelizmente... não tem jeito! Até tem, mas seria uma luta de uma vida inteira e, eu, pelo menos, só tinha um mês para estar na India e conhecer os lugares que queria.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Extintor de Incêndio indiano!

kkkkkkk. Essa merece uma postagem só para ela ...
Deem uma olhada nesse extintor de incêndios que eu achei numa estação de trem na Índia ..


Sabem o que tem dentro desses baldes? Terra. Isso mesmo! Terra.
E pior, totalmente compactadas pelo tempo que estão armazenadas aí dentro.
Ou seja ... Se por acaso pegar fogo, alguém vai pegar facilmente o baldinho de terra e jogar o conteúdo no fogo. Só que, ao invés de terra numa quantidade suficiente para apagar o fogo, vai sair uma peça sólida de terra compactada que, mais provávelmente vai cair no pé de alguém e causar mais acidentes do que salvar vidas. kkkkk

Pois é ... Índia!

domingo, 17 de janeiro de 2010

No Ashram da Amma

Passei dois dias no Ashram da Amma.
Lembra da indiana que abraça todo mundo? Ela!

Para quem não sabe, Ashram é o lugar onde os discípulos se reunem em torno de seus gurus para receberem orientações, para polir seus corações, para tentar se tornar uma pessoa melhor... Legal disso tudo é que, pelo que parece, é difícil à bessa encontrar ela lá. A Amma viaja muito e estava previsto ela voltar apenas na semana seguinte, mas por motivos desconhecidos por mim... pois é... ela tava lá... e eu fui abraçada. Nada demais! Ela abraca rápido, diz umas coisas no seu ouvido que vc nunca vai saber o que é e coloca uma balinha na sua mão, aí vem um pessoal te tirando à força dos braços dela para dar a vez para outra pessoa e... é isso!... Achei que o chão fosse tremer, que eu ia levitar, que iriam acabar todos os meus problemas, mas... nada! kkkkk

(uma parte do Ashram, cada prédio tem uma função)

Mas o resto aqui é ótimo! As pessoas são tranquilas e super organizadas. Tem gente do mundo inteiro chegando e saindo todos os dias do Ashram, a previsão é de ter em média 2000 pessoas flutuantes lá. Gente à bessa, né?!. E tudo funciona numa harmonia que surpreende qualquer um. Além de ser um lugar lindéééézimo! Imaginem estar entre o mar e um rio maravilhoso com palmeiras e bananeiras para todos os lados... Pois é... Nosso quarto ficava no 14º andar e a vista de lá era surreal. Mas sem conforto, um quarto simples para três pessoas com colchões, banheiro com chuveiro frio, um vaso e... dê-se por satisfeita. Mas assim mesmo era ótimo. Nossa amiga de quarto era uma suiça que nem sabia o que estava fazendo lá, mas estava disposta a descobrir... assim como eu.

(vista do nosso quarto - um paraíso!)

A maioria das pessoas lá se vestem de branco e andam muito descalças para tentar se desapegar do luxo e da ostentação. Ué?!... Já que é assim, vamos entrar no esquema, largar a vida mundana e fazer austeridade... Comprei uma roupa toda branca, igual a uma viúva indiana, tirei o esmalte, a maquiagem e resolvi trabalhar o meu desapego... Mentiraaaa coloquei um brinco dourado lindooooo. kkkk Calma, calma foi só para dar um clima, a Elaine de vcs conhecem não vai mudar assim, não não não. Mas tenho que confessar que não levei nem depilador e nem creme de cabelo no mochilão, e meu pé estava uma verdadeira desgraça (saúde para minha manicure!) Daí vcs imaginam ... rs kkkk

(reparem na bolsinha transpassada brancaaaa. rs)

Acordamos às 5hs da manhã com o som do Alcorão vindo de uma mesquita que ficava do outro lado do rio, mas parecia que os muçulmanos estavam sentados no meu colchãozinho e gritando no meu ouvido. Haaaaa!! Retirar a preguiça do coração Elaineeeee. Ai! Já passou! Às 6hs era o horário de meditar na praia, aproveitei e fiz 45 minutos de Daimoku. Foi ótimo fazer Daimoku ouvindo as ondas batendo nas pedras da praia! Tomei café e depois fui fazer um SEVA, que é um trabalho voluntário para o Ashram. Como meu inglês não é lá grandes coisas, me colocaram para dobrar os papéis de apresentação em 8 idiomas diferentes que eles entregam para cada visitante.

Po... muito louco isso! ... Estava eu lá naquele mundão de gente procurando me iluminar, ouvindo um mantra ao fundo, vendo os turistas chegando e, de repente me caiu a ficha do trabalho maravilhoso que eles fazem lá e do esforço dessa mulher, a Amma, em ajudar os moradores das comunidades carentes da Índia, nas doações que ela consegue receber para construir casas populares para as vítimas do Tsunami que ela mesma ajudou a tirar debaixo da terra, dos discípulos maravilhosos que encontrei naquele lugar e, num instante eu estava lá em lágrimas, com um sentimento de amor imenso por tudo aquilo. Então me vi dobrando aquele papel e me sentindo útil de alguma forma para um trabalho tão bonito. Parece bobagem, mas comecei a dobrar papel com um carinho tão grande que meu sentimento era de que cada pessoa que pegasse aquele papel pudesse sentir o que eu estava sentindo naquele momento. Acho que vou começar a fazer trabalhos voluntários. rs (ichi! minha sogra vai amar saber disso  com os trabalhos voluntários dela na comunidade! rs).

Saímos de lá às 15hs para pegar nosso barco e irmos para outra cidade. Foi difícil ir embora. Ficamos com gostinho de "quero mais", para mim aquela quantidade de papel foi pouca ... Poderia ter sido mais útil ...

(Ponte que nos levava para o outro lado para pegarmos nosso barco)

A senhorinha que abraça todo mundo é uma mulher grandiosa!
Fica aqui meu beijo no pé, dedicado aos pés calejados dessa mulher e meu sentimento que esses pezinhos (ela é pequenininha) andem muito ainda pelo mundo a fora multiplicando sentimentos de amor....

sábado, 16 de janeiro de 2010

A maravilhosa viagem de barco por Kerala!!!!

Resolvemos passear de barco pelos rios de Kerala. Imaginaria que seria uma viagem muito linda, mas não pensei que seria tão especial. Só posso dizer que sou uma pessoa privilegiada por ter visto as paisagens que vi e sentir a alegria no coração que senti por estar naquele lugar mágico, lindo, puro, maravilhoso!....

(eu no barco)


(os outros barcos atracados)


(lindos!)


(entravamos pelos caminhos mais lindos)


(encontrávamos as pessoas trabalhando, transportando ..)


(pegamos um por de sol inexplicável)


(as pessoas tranquilas em suas vidinhas)


(e casinhas perdidas no paraíso)


(as crianças corriam para dar tchau para nós)


(e conforme se ia em frente, os caminhos iam se abrindo)


(deixávamos para trás e as imagens em nossos corações)


(e como simples pessoas que ficavam na nossa memória)


(e um pedaço de nós em cada curva ...)


(... desse paraíso)

Depois de cinco horas viajando, paramos Ashram da Amma (para conhecer a mulher famosa que abraça todo mundo). Resolvemos ficar por dois dias. Vai ser legal! Ficar num Ashram depois desse passeio de barco deve mudar a vida de qualquer um...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Kerala e suas tradições...

(plantações de arroz por toda Kerala)

Ver a novela Caminhos das Indias e achar a região do Rajastão (onde foi gravada a novela) linda é mole! Afinal, o Rajastão é um lugar encantador e maravilhoso. Agora, ir para Kerala vivendo como uma pessoa normal longe das agências de viagem, andando nas ruas, comprando e conversando com as pessoas, é bem diferente!


(meals - come-se com a mão. É uma delícia!)

Kerala fica no sul da India, numa das suas regiões mais tradicionais. Aqui se vê as plantações de arroz mais lindas do mundo, os homens usando uma espécie de fralda na cintura (a dote), as mulheres com cabelos enormes e sempre presos.... É aqui que se come com a mão! Nas outras regiões se usa colheres, mas aqui.... é difícil até conseguir colher nos restaurantes. É com a mão mesmo! E, na boa.... Quando se chega aqui, o choque é tão grande que comer com a mão passa a ser natural.

(menino usando a dote)

Todos os turistas são notados aqui. As mulheres ficam rindo para nós, as crianças ficam nos seguindo e os homens nos olham de cara feia. Isso mesmo! Os homens não gostam de nos ver andando nas ruas. Para se ter uma idéia, fui comprar bananas.... Tinham 4 homens na porta da vendinha. Perguntei o preço de 6 bananas. Ele de mal humor me disse: R40,00 rúpias. ok! Paguei e fui embora. Depois descobri que elas valiam R15,00! Além de querer ganhar em cima da turista aqui, deve ter feito de sacanagem mesmo. Tava na cara que ele não queria me vender as bananas. Isso incomoda! Não é um lugar muito legal de se ir sem homens. Por isso e por outras coisas, eu e Mônica resolvemos dar uma mochilada nas cidades vizinhas. Tinhamos que esperar cinco dias para a nossa passagem de trem que já estava comprada, então fomos aproveitar nosso tempo por Kerala.

(mandala no chão para um ritual)

Pegar um trem na India....

Fomos para a estação de trem pegar nosso trem no comecinho da noite... Antes disso, e não menos importante, tenho que admitir que minha última refeição de Goa foi um suculento molho de frango apimentado na manteiga com arroz e que, na hora, desceu maravilhosamente, mas momentos antesde pegar o trem..... meu estômago estava quase virando ao avesso! Nós com quatro malas pesadíssimas nos aventurando na "sleeper class" no trem da Índia e eu passando mal e tendo que visitar várias vezes o "maravilhoso" banheiro da estação de trem. Nossa! Visão do inferno! Vomitei tudo o que tinha no estômago, e meu precioso organismo, não satisfeito, resolveu botar o que não prestava para fora por "outras vias" e lá ia eu, com meu papel higiênico estrategicamente guardado na minha mala, visitar o banheiro imundo mais uma vez .

(esperando o trem chegar...)

Quando chegou finalmente nosso trem, eu já estava até melhor, mas a parte pior ainda estava por vir... Entrar no trem lotado e estreito com todas as malas e ter que acomodá-las de alguma forma. O trem chegou. Saímos correndo na direção do nosso vagão e voamos para dentro com todas aquelas bagagens pesadas empurrando e apertando todos à nossa volta (não tinha outro jeito!). Quando finalmente achamos nossos assentos alguém estava, obviamente, dormindo neles, então tivemos que acordar e retirar as pessoas. Depois foi uma luta para colocar as malas ... Bem, a minha ficou entre minhas pernas, o que me impediu de ter mais que uma posição para dormir, mas fechamos completamente algumas passagens do corredor, fato que nos garantiu básicas e longas discussões com os outros passageiros do vagão. Ou seja, uma noite infernal!!!!! Pelo menos não precisei vomitar novamente e ter que ver meus restos alimentares voarem pela janela do trem.

kkkkk Seria cômico se não fosse trágico!

(minha mala e o buraquinho onde eu tive que dormir)

Depois dessa experiência linda, tive oportunidade de pegar novamente o trem, mas dessa vez apenas com uma mochila nas costas pois eu e Mônica resolvemos tirar quatro dias de folga para mochilar por Kerala. Então, deixamos nossas bagagens pesadas na Guest House que estávamos hospedadas e levamos apenas algumas peças de roupa e mais algumas coisas numa mochila pequena cada uma. Aí sim, posso dizer que foi diferente. Fizemos duas viagens de cada dia com cinco horas, sentadas com nossas bolsas no colo e fomos batendo papo o caminho todo. Não tinha ninguém nos nossos assentos nem tivemos que nos espremer com malas pesadas. Ficamos apreciando uma linda paisagem pudemos curtir estar ali, desbravando nossas próprias fronteiras e nos libertando de nós mesmas ....

(apreciando a paisagem)

Conselho: Nunca pegue um trem na Índia para viajar com bagagens pesadas à noite! E jamais viajem com malas na Sleeper Class (classe econômica-barata-chulé)! Conselho de amiga!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Estou em Goa...

Goa é o paraíso!
Aqui meu hotelzinho fica com os fundos na praia. Ai ai... que vida difícil!....


(toda zen!)

Hoje, por exemplo, acordei, tomei meu café da manhã na beira da praia (porém com um mundo de moscas... abstrai...) e caí no mar. Não não não! Pasmem... mas a praia NÃO é poluídaaaaa!!!! É limpa e gostosa! Goa é um paraíso turístico e cheio de gringos... como EU! kkkkk Aqui eu posso tomar banho de biquini... Bem... Ficam os indianos rondando para ver o bumbum das gringas e, na boa, devem ter se divertido com agente pq os nossos biquinis (as brasileiras) não eram dos maiores.


(aqui pode!)
Mas, seguindo... depois do café, da manhã na beira do mar... fomos para o mar! Fiquei praticamente o dia inteiro lá com fofoquinhas e cervejinha gelada. Depois rolou um almoço com peixinho. Depois comprinhas e uma festinha na praia à noite.

Êta vida dura!!!!


(os indianos na praia)

Mas vai acabar... Amanhã vai rolar uma viagem para Kerala de trem na madruda. Umas 15 horas de trem.. Ui, que tensão!


(eu e meu companheiro no hotel... meu laptop!)

sábado, 9 de janeiro de 2010

O trânsito da India...

Enlouquecedor! Esse é o trânsito da India.

(tirada de dentro do carro)

Buzinas tocam o tempo todo, os motoristas gritam, quase não existem sinais nas ruas, as direções nem sempre são respeitadas, o mesmo espaço é ocupado por pedestres, carros, motos, muitas motos, caminhões, riquishas ou auto-riquishás, bicicletas, vacas, elefantes, cães... é uma verdadeira loucura! Mais engraçado nisso tudo é que o trânsito não pára nunca, devagar e sempre, e sempre buzinando... Chega a dar uma labirintite nagente se ficar prestando atenção em todos os barulhos e móveis que estão ao nosso redor. Atrás dos caminhões está sempre escrito: "Blow horn" ou "horn please" que deve significar: "buzine por favor" ou "aperte a buzina"... eu explico: é que eles ficam o tempo todo comunicando a todos que estão chegando, que estão passando, que tem gente atrás,... e por ai vai.

(horn please!)

Existem muitos guardas de trânsito, mas se vc parar para entender o que ele faz ali, vai ficar o dia inteiro e não vai entender porque ele existe. kkkk Eu juro que tentei entender, mas eles ficam mexendo os braços mandando os carros passarem, mas não rola uma lógica, entendem?! Não se entende para qual lado ele está organizando, já que ele vira para todos os lados e os carros vão para onde querem...

(sem mais comentários... kkk)

É uma loucura, mas dá certo. Aqui o trânsito dá certo, mesmo que para nós pareça arriscado, errado, fora do normal... Mas uma prova de que o que nos parece correto, nem sempre serve para os outros. Minha dica para quem vem à India é abstrair... Uma hora vc acostuma. Se irritar com essa loucura (o que acontece com todos que vivenciam isso pela primeira vez) é pior. Como tudo na India, é preciso respeitar e tentar conviver o melhor que se pode

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Outro hotel Maravilhoso!!!

Estamos num outro hotel mais maravilhoso que o primeiro.
Tipicamente Rajastaniano!!!



Tem tudo! Aquecedor, estrutura, preço bom, é lindo, todo decoradinho, comida boa, ..... mas a descarga não funciona!..... OK! Indiaaaaa Elaineeeeeee
Bem, pelo menos eu tenho internet 24 horas de graçaaaaaaaaa. Ui ui!


(até os corredores são lindos)

Amo o Rajastão!!!!


(no Âmbar Palace)

Estava anciosa por voltar ao Rajastão. De toda a India, até agora, o Rajastão foi o lugar que eu... bem... respirei mais fundo e fez meu coração disparar... não tem muito como explicar, o Rajastão é o Rajstão. Só vindo aqui para sentir isso, essa, esse... sentimento. Foi aqui que viveram os Maharajas que construíram os maiores palácios da India, é aqui que vivem os ciganos, aqui é a tradição indiana, os povos mais antigos, as tradições mais fortes. Aqui tem uma energia inexplicável, aqui tem uma "bossa" que não tem em nehum outro lugar. Foi aqui que escolheram para gravar as cenas da novela e usar as tradições. Aqui é o Rajastão! Venha aqui e sinta isso....

(homens na rua tocando)


(elefante que eu andei chamado: Bulebule)


(procissão na rua de não sei o que)


(elefantes na entrada do Âmbar Palace)


(Palácio nas águas)


(Forte de Âmbar)


(nas comprações.. muitas negociações)


(eu amo esse lugar!)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Taj Mahal!


(o amor cabe na nossa mão)

Ai como é lindo o Taj! Da primeira vez que fui visitar, chegamos muito tarde e não deu para ver direito, dessa vez chegamos cedo, fizemos filminho, deitamos no chão e ficamos um tempão pensando na vida, e o Sol resolveu aparecer para alegrar mais ainda nosso dia de Taj. Foi perfeito! Ele estava lindo como sempre e eu me sentindo pequenininha com tanta imponência...


(pensando no amor)

Eis a historia: Um Imperador mongol chamado Shah Jahan mandou sepultar aqui os restos mortais de sua esposa favorita, Banu Begam, de origem persa, apelidada de Muntaz Mahal, a "Eleita" ou "Perola do harem". Ela morreu em 1631 ao dar a luz um filho, o nono ou decimo quarto, segundo as cronicas. Durante toda a sua vida, ela sempre foi fiel a seu esposo. Este que tinha entao 39 anos, decidiu imortalizar aquela que acabava de perder. O Taj Mahal representa um dos encontros celebres do amor, da morte e da arte. Sem duvida, o mais bonito que ja foi sonhado.


(dá para ter noção do tamanho?)

Lindo! Enorme! O Taj Mahal e a prova de amor mais impressionante que eu ja havia visto. Como pode um homem amar assim uma mulher? Que palacio maravilhoso! Marmore pura! Riqueza de detalhes. Construido de tal forma que o sol entra pela manha e a lua entra a noite, somente para que Muntaz nao se sentisse so.

Perfeito! Grandioso! Iluminado!

E ela esta la. Sepultada ao lado de seu marido! No centro de tudo. Como a perola dentro da ostra. Como o coracao dentro de seu corpo.
 

(tumulo dela com seu amado ao lado)