O Fascínio pela Índia Desvendado

Namaskar!

Recebi um e-mail muito interessante sobre os motivos que faz a India ser um país tão amado por todos nós. Acredito que todos irão concordar com essa explicação. Achei realmente interessante e resolvi colocar aqui as observações da grande amiga Sandra Bose, que vive na India a 10 anos e nos deixa sempre atualizados sobre o que anda acontecendo por lá.

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Valeu Sandrinha!!!!

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"Brasileiros e portugueses são igualmente atraídos pelos encantos da distante Índia. Mas o que os leva a ter fascínio por um país sobre o qual não conhecem quase nada? Não sabem quantos estados a Índia possui, qual é seu regime político, quais são suas religiões, tradições culturais, comidas, história, mitologia, geografia, línguas etc. Mesmo assim, recebo diariamente dezenas de emails e comentários no meu blog Indiagestão dizendo, “sempre amei a Índia, não sei porque mas sempre tive vontade de conhece-la”; e isso muito antes da atual novela Caminho das Índias entrar no ar. A questão é por que tantas pessoas nutrem um carinho por um país que mal conhecem? Atribuo a explicação para este fato, às aulas de história do ensino fundamental.

Quando somos crianças a primeira coisa que aprendemos na escola em relação a história de nosso país é que os portugueses ao tentarem descobrir uma rota marítima para a Índia acabaram por encontrar o Brasil. Quando ouvimos isto, nossa imaginação infantil corre solta, e esta história acaba virando um fascínio para nós, pois tem além de tudo um sabor de aventura.

Inconscientemente fica registrado que se os portugueses, nossos colonizadores e portanto seres superiores (é assim que funciona para o nosso inconsciente infantil), se deram ao trabalho de lançar tamanha empreitada já naquela época, para alcançar uma terra tão distante como a Índia, é porque com toda certeza valeria muito a pena! A imaginação corre solta e cria-se uma imagem de um país fascinante e incrível. Assim nasce o fascínio brasileiro pela Índia. Este fascínio ficou no inconsciente coletivo e por isso mesmo todos dizem adorar a Índia, sem no entanto conhece-la. Claro que há ainda pessoas que acreditam que aqui viveram em vidas passadas, mas este assunto eu deixo a encargo dos místicos.

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Mas como explicar o fascínio que a Índia exerce sobre pessoas de outros países. Afinal estas não tiveram os fatores históricos que os portugueses e brasileiros tiveram? Na década de 40 a Índia ganhou destaque no noticiário internacional durante seus esforços para tornar-se um pais independente e sair do julgo inglês. Nesta época, a figura esquálida e maltrapilha de Mahatma Gandhi passou a ser um símbolo de luta pacifica que deu certo! No entanto após seu assassinato em 1948 a Índia voltou a cair no esquecimento. 20 anos mais tarde na década de 60, um grupo de musica chamado Beatles se encantou por Maharishi Mahesh Yogi, um guru indiano, e por Ravi Shankar um citarista também indiano. Eles vieram para Rishikesh em fevereiro de1968 e ficaram algumas semanas aqui. Esta viagem influenciou seus milhares de fãs que passaram a se interessar por ioga, musica indiana e toda a filosofia vedica assim como o modo de vida indiano. Os Beatles são vistos pelos indianos como os iniciadores do fluxo de ocidentais hippies/mochileiros que vem para a Índia ate hoje em busca do nirvana. Naturalmente que drogando-se tanto como o fazem, estas pessoas acabam tendo diversas “experiências espirituais”, visões e alucinações; daí a Índia ter ganho fama na década de 60 e 70 de país espiritualizado.

Ainda se encontra hoje em dia o pessoal do cachimbo da paz especialmente em Goa e nas cidades de Rishikesh e Haridwar onde estive recentemente. Este fato somou-se a guerra do Vietnã e ao movimento hippie da década de 70 que pregava o fim da guerra e exaltava a Paz e o Amor. Nesta época o ocidente redescobriu a figura de Mahatma Gandhi fixando-a como um grande pacifista. O que ajudou a instalar no consciente coletivo a falsa noção da Índia como um pais calmo, tranqüilo e espiritualizado; o que fascina muito as pessoas, pois acabam vendo a Índia como um oásis espiritual em um planeta árido pelo materialismo."

(por Sandra Bose)

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